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OPINIÃO
"Liderar em tempos de mudança"
"Qualquer que seja o estilo de liderança, este tem um impacto visível na cultura da empresa, nos colaboradores e nos clientes. A forma como um decisor (gerente, administrador, diretor…) aplica a sua personalidade, inteligência emocional e atitude perante as pessoas e as decisões da organização que lidera é decisiva para mobilizar toda uma força coletiva. É também através da forma como se exerce o estilo de liderança que se vai construir, moldar e partilhar a cultura com os valores pretendidos. E, embora alguns líderes sejam sinónimos da cultura das suas próprias organizações, até os menos carismáticos são responsabilizados pela cultura da sua organização. Independentemente do modelo em que se baseiam, as culturas de liderança devem ser positivas, encorajando a ligação e o relacionamento entre as pessoas e a organização, dando-lhes um sentimento de pertença e desenvolvendo as suas competências de comunicação, de trabalho em equipa e de um ambiente de harmonia; fatores que contribuem para prosperar e crescer."
Num ambiente de retalho, saber equilibrar dois fatores-chave de gestão: direção de tarefas e gestão de pessoas são um desafio.
Uma liderança mais orientada para as tarefas pode conseguir que os colaboradores concluam o trabalho com eficiência e de forma eficaz, o que é especialmente importante em lojas com elevado volume. Um líder com esta preocupação também terá a capacidade de reagir rapidamente perante situações complexas e implementar decisões relacionadas com problemas de clientes e aspetos operacionais. No entanto, esta forma de liderança deverá ser equilibrada com o foco no lado humano, transformando os colaboradores em “embaixadores” da empresa, devidamente informados e valorizados, e não apenas com enfoque na produtividade. Esta é uma forma de evitar a rotatividade que é comum nos ambientes de retalho e de assegurar a boa colaboração entre colaboradores permanentes e temporários, por exemplo, durante épocas específicas do ano ou marcadas pela sazonalidade de produtos.
Qualquer que seja o estilo de liderança, enfatizar a capacidade de relacionamento, interagir com os colaboradores a um nível pessoal e desenvolver vínculos, são aspetos que contribuem para obter melhores resultados na construção de uma cultura informal e orientada para uma experiência de trabalho positiva, baseada na confiança, a qual se reflete também junto dos clientes e do ecossistema de parceiros da empresa.
O equilíbrio entre a gestão das tarefas e das pessoas é, pois, fundamental para atingir as expectativas de desempenho de ambas as partes (gestores e colaboradores), e um líder ressonante, carismático e transformacional que usa a sua inteligência emocional e, até por vezes, o humor poderá atingir mais facilmente este objetivo.
No atual ambiente de ambiguidade e evolução do retalho, de mudança na forma de trabalho e das competências de gestão que as empresas necessitam, sem dúvida que as abordagens contemporâneas de liderança que enfatizam o empoderamento e o envolvimento dos colaboradores são as que poderão impulsionar um desempenho superior e contribuir para o sucesso empresarial nas próximas décadas.
Em suma, não existe uma maneira certa de liderar, não há dois líderes iguais e a liderança não é uma ciência exata com uma solução única. Mas, identificar o estilo, conhecer o contexto geral, ter visão e saber inspirar num ambiente positivo e baseado na confiança é um caminho para capacitar as equipas e assegurar que estas alcancem as metas da empresa. Este tem sido o nosso estilo e a história da nossa liderança ao longo das várias gerações. Otimista, dinâmica, solidária e com a missão de crescer continuamente com o propósito de fazer o bem, valores que claramente assumimos e partilhamos, honrando o nosso legado e mantendo o foco nas próximas gerações.
Fonte: Carreiras: Liderar em tempos de mudança - PME Magazine