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Casa Peixoto, um dos ‘ex-líbris’ da construção no Minho, faz 45 anos e abre loja em Aveiro
O mundo tonou-se diferente no último ano, criaram-se novas rotinas na forma de trabalhar, na aprendizagem, no lazer e no consumo. A pandemia acelerou a digitalização e mudou as regras do jogo. O surgimento de uma nova ordem social provocou o desenvolvimento rápido do comércio on-line, acelerou a transição das empresas para o digital e deu um impulso ao canal online como complemento às lojas físicas, à medida que os clientes procuram flexibilidade e acessibilidade na escolha dos produtos.
A rápida transformação digital elevou os desafios para os modelos de negócios tradicionais e para as lojas físicas, pelo que se torna fundamental reavaliar as atuais estratégias de negócio de modo a manter a competitividade. A nova realidade do retalho a que assistimos atualmente assenta na integração das lojas físicas com o canal online, e na capacidade de criar e proporcionar novas experiências ao consumidor, o qual se tornou mais favorável a interações digitais. Os dispositivos criaram o acesso fácil a praticamente tudo o que queremos, seja um bem alimentar, de decoração, um carro ou uma casa, criando um mercado de proporções enormes.
Hoje, o consumidor tem mais opções para adquirir produtos, seja na loja física, online ou na combinação de ambas. A estratégia omnicanal chegou e proporciona comodidade, indo ao encontro do novo perfil de clientes que têm a possibilidade de adquirir um produto numa diversidade de canais digitais, em lojas, sites, apps, redes sociais, isto é, em quase em todos os lugares com um simples toque, e de acordo com a sua preferência.
Neste novo contexto impulsionado por uma crise de saúde com repercussões económicas graves, implementar uma loja online é uma estratégia obrigatória e não apenas uma opção para os retalhistas. E, tudo aponta que a abordagem digital para as compras veio para ficar, mesmo na era pós-pandemia. O cliente, seja particular ou profissional, procura cada vez mais a experiência omnicanal.
Mas, a consequência desse desenvolvimento requer transformações ao nível dos vários departamentos de uma empresa: marketing, lojas, vendas, cadeia de fornecimento, TI, gestão de dados. Este é, sem dúvida, um enorme desafio, necessário para manter a relevância e a competitividade das lojas à medida que fazem a transição, garantindo que passem da fase de sobrevivência para a de resiliência e assegurem a sua sustentabilidade. Uma estratégia que exige grande investimento, mas não só. A mudança de mentalidade e uma abordagem holística (usar o conhecimento do retalho físico e dos aspetos que funcionam bem) são fatores a considerar para um negócio ser bem-sucedido e ter futuro também no online.
Estamos, pois, a assistir a uma fase de transição do retalho, em que a loja física se torna a melhor aliada do digital para criar excelência para o consumidor, e as lojas de comércio estão a aprender rapidamente como combinar estes benefícios, integrando a loja e os canais de venda digitais e explorando novos formatos de serviço e relacionamento com os clientes. Quando me. perguntam se o comércio dito tradicional vai desaparecer, defendo claramente que não, que irá manter-se por muitos anos. Acredito nas lojas físicas e que é muito difícil substituir, em pleno, a experiência de compra totalmente diferenciada pelo comércio puramente online. A experiência de toque real que as lojas físicas proporcionam, a sua localização, qualidade dos produtos, posicionamento da marca, os ambientes que transmitem, interações, a personalização e a experiência de compras em geral, são fatores que contribuem para a valorização do ato lúdico de ir às compras.
Penso que a fórmula de sucesso para as lojas consiste em juntar o melhor dos dois mundos, o físico e o online. E em que se privilegiam experiências uniformes entre o comércio em loja e o eletrónico, articuladas com estratégias que consideram ambas, orientadas para a inovação e com o objetivo de servir um consumidor que se ajusta e evolui muito rapidamente. Este é o futuro do setor do retalho.
fonte: ominho.pt